quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

As chuvas Ácidas

O fenómeno de formação e consequências das chuvas ácidas





O termo "chuva ácida" refere-se à acidez acentuada produzida na água da chuva pela poluição atmosférica. Este termo foi pela primeira vez utilizado em 1858 e tem sido usado desde então.

De facto, toda a chuva tem acidez natural, resultante da combinação do dióxido de carbono existente na atmosfera com a água, formando ácido carbónico, um ácido fraco, que faz com que o pH da chuva seja próximo de 5.6.

Embora existam processos naturais que contribuem para a acidificação da precipitação, com destaque para os gases lançados na atmosfera pelos vulcões e os gerados pelos processos biológicos que ocorrem nos solos, pântanos e oceanos, as fontes antrópicas, isto é resultantes da acção humana, são claramente dominantes.

No entanto, o pH da água da chuva tem decaído constantemente desde o início da revolução industrial. Isto deve-se ao facto de alguns compostos poluentes, como o dióxido de enxofre e os óxidos de azoto, contribuírem para a contínua acidificação da chuva.


Os óxidos de azoto, cujos principais emissores são os veículos automóveis, reagem com as moléculas de água, originando ácido nítrico; o mesmo se passa com o dióxido de enxofre, também expelido pelos automóveis, que ao reagir com a água origina ácido sulfúrico. Isto faz com que o pH da chuva baixe, muitas vezes para valores próximos de 3.


As principais fontes humanas dos gases poluentes primários são as indústrias, as centrais termoelétricas e os veículos de transporte motorizado. Os gases libertados podem ser transportados na circulação atmosférica por muitos milhares de quilómetros antes de reagirem com gotículas de água, originando então os compostos que acidificam a precipitação.


A sua natureza transfronteiriça, já que a circulação atmosférica dispersa os efeitos ao longo de grandes áreas da Terra, leva a que também afecte as regiões situadas a jusante do seu ponto de emissão no sistema de circulação atmosférica, levando a que áreas onde as emissões não são significativas possam ser severamente prejudicadas pela precipitação de poluentes gerados a montante.


As regiões particularmente afectadas pela precipitação ácida incluem a maior parte da Europa, particularmente a Escandinávia, onde muitos dos lagos estão tão acidificados que já não têm peixes e com extensas áreas florestais fortemente danificadas, grande parte do nordeste dos Estados Unidos da América e do sueste do Canadá. Outras regiões afectadas são sudeste da China e Taiwan.

Regiões potencialmente afectadas nas próximas décadas incluem o sul da Ásia (Indonésia, Malásia e Tailândia), a África do Sul, o subcontinente indiano e o Sri Lanka e partes da África Ocidental (países como o Gana, Togo e Nigéria).


Estudos ecotoxicológicos demonstraram que a precipitação ácida tem impactos adversos sobre as florestas, as massas de água doce e os solos, matando plâncton, insectos, peixes e anfíbios. Também demonstraram efeitos negativos sobre a saúde humana. Para além disso, a precipitação ácida aumenta a corrosividade da atmosfera, causando danos em edifícios e outras estruturas e equipamentos expostos ao ar.

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